domingo, 10 de abril de 2016

Foto-grafia

Moro no quarto, eles no segundo. Parece tudo igual. Mas até o mar muda, a cada metro, a cada lua. E as estrelas podem deixar de estar. O navio fica sem querer, quase por curiosidade. E como quem desmama, sai sem responder ou perguntar, antes de habitar. Navio não é mar, não vira paisagem. Da janela só vejo recortes. Deste alto lá, espio o correr e o caminhar. Cachorro late, homem grita, sino toca, onda bate, quarto andar.

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