sábado, 21 de novembro de 2009

Acontece às vezes e não avisa

"Não querendo chegar ridiculamente cedo ao trabalho, tomei o café da manhã lentamente. Um cereal de cada vez. Então, quando eu lavei os pratos, arrumei os imãs na geladeira em uma linha perfeita. Talvez eu estivesse adquirindo um transtorno obsessivo compulsivo.


Os últimos dois imãs - pedaços utilitários arredondados pretos que eram os meus favoritos porque podiam segurar dez folhas de papel na geladeira sem esforço - não quiseram cooperar com a minha fixação. As polaridades deles eram reversas; toda vez que eu tentava alinhar um deles, o outro pulava fora do lugar.


Por alguma razão - mania iminente, talvez - isso realmente me irritou. Por que eles não podiam simplesmente ser bonzinhos? Estúpida de teimosia, eu continuei a colocá-los juntos como se estivesse esperando que eles desistissem de repente. Eu podia trocar um de lugar, mas isso ia parecer uma derrota. Finalmente, mais exasperada comigo mesma do que com os imãs, tirei-os da geladeira e os juntei com as duas mãos. Exigiu um pouco de esforço - eles eram fortes o suficiente para sustentar uma briga - mas eu os forcei a coexistir, lado a lado.


'Vejam', eu disse em voz alta - falando com objetos inanimados, nunca um bom sinal - 'Não é tão horrível, é?'

Eu fiquei lá feito uma idiota por um segundo, sem ser exatamente capaz de admitir que eu não estava tendo nenhum efeito duradouro nos princípios científicos. Então, com um suspiro, coloquei os imãs de volta na geladeira, um centímetro separados" (MEYER, 2008, p. 50 - online, tradução não oficial).

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Eclipse.

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