Sabia que aquilo tudo era digno.
Era bonito demais, na verdade. Demorou para aceitar que aquelas palavras e
marcas eram direcionadas para si. Agradece por dentro, as aceita com
dificuldade por não poder retribuir. A cada dia que passava re-descobria algo novo
que provava ser tudo aquilo para mais ninguém, mas para si. Não havia mais dúvida
diante de tantas pistas que surgidas e somadas ao longo do tempo tornaram-se
provas. De beleza, dedicação, fixação, talento, medo. Coragem de dizer aos sete
ventos, receio de olhar nos olhos e dizer diretamente a quem se endereça a
obra, a energia, a expectativa e em algum momento, até mesmo a frustração. Foi
tudo lido, é tudo lindo de verdade. E permanece, pois homenagem e apreço não se
paga, se recebe. Disse então sim porque sim, para tanto sentimento bom e bem
dito. Aceitou receber, mas não iludir o remetente. E desejou no mais íntimo de
seu aceite, que aquele remetente logo conseguisse remeter tanta beleza e
dignidade para outrem que lhe pudesse retribuir.
Há vezes em que ser digno, se expressar com beleza, talento, demonstrar coragem, apreço e bons sentimentos não é suficiente.
ResponderExcluirÉ verdade... talvez porque a gente não tenha como saber de antemão o que é suficiente ou mesmo se queremos ser apenas suficientes.
ResponderExcluir