sábado, 12 de abril de 2014

O primeiro show a gente nunca esquece

Eu sei que eles sabem que é bom. Vejo ainda a memória do prazer em seus corpos, cada qual em seu momento, em seu ritmo de instrumentos diferentes que se uniam com olhares, acordes e batidas. Pura química. E balança a cabeça num ritmo que não se repete, que se faz quando a energia toma o corpo. Eu vi e eles não sabem como é isso; eles sabem sentir. Gostam todos, os que veem e os que são vistos, de vouyerismo. A espontaneidade daquela tocação de música dá tesão. Talvez eles não saibam, mas os vi nus; foram se despindo aos poucos, relaxando, ousando, investindo, fazendo, gozando. O recorte de seus rostos imersos em um não-sei-quê de êxtase me fez querer tocar mais de perto você e toda aquela artística orgia. Eu gostei e queria mais. Primitivamente. Era permitido, era evidente. Mas não escancarado. Era sexo com público, pois em público já seria atentado ao pudor. Inteligentes e talentosos, eles sabem gozar; se deixar ver e se deixar mostrar.
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Experimente ler ao som de Chasing Pirates, de Norah Jones, na versão remix: https://www.youtube.com/watch?v=ZnS4zft-Rls.

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