quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Movendo

Não espere que eu saiba o que escrevo, sinto ou vejo.
Sei apenas do receio do desejo
do seu beijo.

Não espere que eu deseje sem receio.
Se ajo é por não haver rodeio.

Não espere que eu não entre em desespero.
Com a calma vem o medo sorrateiro.

Não espere simplesmente que eu espere.
Paciência até o ponto que me fere.

Não espere, porém, que esse ponto se conserte.
Se houver ferida haverá o que não se reverte.

Não espere.
Venha, mesmo que demore.
E dure,
mesmo que devore.

4 comentários:

  1. Preguiça melhor é de comer e de esperar parado.
    Seus finais ainda são surpreendentes para mim.,

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  2. Mesmo que devore! Tags? experimentações, ousadias! Nem acredito que dei logo de cara com o texto que tu declamou na sexta! Adorei sua apresentação no sarau, e o texto, excelente Paula!

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  3. Esperar atrasa o passo do primeiro beijo.

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  4. E dure,
    mesmo que devore.

    ficarei com estas palavras por um tempo. passei por aqui e não resisti,acabei lendo um monte de coisas!

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