quarta-feira, 15 de julho de 2009

Nós em verso e vice-versa

Nesga de escrito que me empolga.
O brega que você não nega nos conjuga.
E canto e suga e aperto e afaga e gosto.
Fato.
E o nosso tango briga,
Implora, às nossas pernas que o dancem, a grito.
A gente não nega:
O tango ainda não nos é talento.
Então a gente joga.

Você chega, me pega
E num aperto me enverga.
No estreito seu hálito me prega.
Suspensão de espírito infinito
Tão perto...
Um envolto, meu manto.
Agito, tilinto, sinto que derreto.
E você me carrega, hirto.

Seu peito me aconchega.
Te quero, te aperto.
Espreito e sei que te afeto.
Envolvimento que apega.

Percebo tartarugas na barriga.
Aquieto-as com o que está na adega.
Tinjo o que sinto com vinho tinto.
Se estou gaga escrevo a roxo sobre quem me importo.
Meu sentimento,
Se um dia foi assaz, agora é lauto.

Vejo-me embargar neste encanto.
Quase não me aguento.
E para confessar, busco no intangível meu alento:
Embora psicóloga,
De desrazão tenho meu momento.
Se esvai meu pensamento.

2 comentários:

  1. como esvaem os outros momentos, fim.
    ;*

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  2. Paula! Nem sei o que dizer. Estou já nas nuvens agora. Sua escrita é de uma delicadeza e uma força e uma... gente... nem sei mais. Continue, Paula, continue. Eu vou voltar sempre para ler.

    Sempre.


    Beijos da colega comovida com todos esses versos e convicta de que concorda plenamente com os três últimos! =)

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