quarta-feira, 24 de maio de 2017

Espelho

Olheiras marcadas e sobrancelhas espalhadas. Ao redor dos olhos, a pele flácida, feito suas certezas, cansadas de titubear. Olhava para si e via que a morte assusta. A vida também. Lembrava das vidas pelas quais lutou e das dores que não mais se vão. Pensava em histórias pra contar. Ou calar. Já não sabia dizer quais lutas ainda valiam a pena. Sofria de saber.

Ali, em frente a si, olhava a lágrima pesada desabar a dor que a palavra não diz.

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