quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Sabe o que não existe? Pois é... existe.

Se beijos não são promessas, caro Shakespeare, eles não deveriam ser beijos. Pois eles falam pelos cotovelos; tanto, que estes podem até sofrer de cãibra depois. Uma dor que repuxa, corta, demora. Dura... de fato não penso mais que se trate de algo que algum dia vá embora. Aprendemos apenas a negociar com ela: "um pouco de possível senão eu sufoco", já dizia Foucault. Ele sabia... pensa que não?

E Celine... Ah! Celine. Em algum momento acabamos entendendo o quanto, entre antes do amanhecer e do pôr do sol, a vida transborda. É que tudo cabe nessa dobra que se toca e não se fecha; num dentro-fora que se dilui no agora que já é lembrança antes de ir embora. Um passado que, antes mesmo de chegar, manda, pelo vento, seu recado: "I'll be there".

Confesso: das mais explícitas promessas, essa é a que mais detesto. Por sentir nela a verdade que é, mesmo ainda sem ser; aquela amostra grátis que a gente finge não querer.

Somos mesmo é delicadamente hábeis no cultivo da dor, tanto da que move, quanto da que mata - passando pela que esmaga.

Está chegando a hora de jogar na sua cara o que me engasga.

3 comentários:

  1. Dá um cãibra ler essas coisas desse jeito, com todas essas referências extraterrestriales e os tags chamativos. É, existe, há amoras grátis para todo mundo, sabe?

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  2. Não copiando o Restier, mas também me arrepie lendo este post, com a diferença que meus olhos também se encheram de lágrimas.

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