- Mana, quando que eu vou crescer?
- Como assim? Você tá crescendo, menino. Acha que já saiu des'tamanho da barriga da mãe?
- Dã. Você fala como se eu fosse criança.
- Você é criança.
- Então eu não cresci ainda, viu? Ainda me chamam de criança!
- Você não é criança porque não cresceu.
- Mas você é maior que eu e te chamam de moça, agora.
- É porque eu não sou mais criança.
- Eu sei que não é, mas não sei por quê. Não é porque você é grande?
- Não.
- Então é por quê?
Ela piscou duplamente.
- Ai! Não faz pergunta difícil, menino!
- Isso é difícil?
- É sim. Não vê que também não sabe responder? Se soubesse não taria perguntando.
- Mas eu pergunto porque achei que você soubesse.
- E por que eu saberia?
- Porque você não é mais criança.
- É... não sou.
- E quando você deixou de ser criança? Foi quando passou a usar desodorante e algodão na calcinha?
- O que é isso, garoto?! Perdeu a noção do perigo?
- Ahn?
- Esquece. E eu não sei quando deixei de ser criança, tá bom?
- Tá. Mas eu posso saber quando eu vou deixar de ser criança?
- Não.
- Por quê?
- Porque não tem como saber.
- Nem se eu escolher a data?
- Não! Claro que não!
- Que saco! Você sempre grita comigo. E ainda saio sem entender nada.
- É porque isso é conversa de gente grande.
- Então eu deixei de ser criança?
- Quantas vezes vou ter que repetir: Não!
- Então por que você tá falando comigo?
- Porque você tá perguntando.
- Mas você não tá respondendo.
- Humpf! Então por que continua perguntando?
- Hum... Não sei. Mas você já é gente grande, não é?
- Talvez, acho que sim.
- Então não quero crescer mais não.
- Por quê?
- Porque não quero ficar burro.
- Ei! Burro é você, garoto!
- Eu não! É você que não sabe responder nada!
____________
Inspiração "de poucas palavras".
- Como assim? Você tá crescendo, menino. Acha que já saiu des'tamanho da barriga da mãe?
- Dã. Você fala como se eu fosse criança.
- Você é criança.
- Então eu não cresci ainda, viu? Ainda me chamam de criança!
- Você não é criança porque não cresceu.
- Mas você é maior que eu e te chamam de moça, agora.
- É porque eu não sou mais criança.
- Eu sei que não é, mas não sei por quê. Não é porque você é grande?
- Não.
- Então é por quê?
Ela piscou duplamente.
- Ai! Não faz pergunta difícil, menino!
- Isso é difícil?
- É sim. Não vê que também não sabe responder? Se soubesse não taria perguntando.
- Mas eu pergunto porque achei que você soubesse.
- E por que eu saberia?
- Porque você não é mais criança.
- É... não sou.
- E quando você deixou de ser criança? Foi quando passou a usar desodorante e algodão na calcinha?
- O que é isso, garoto?! Perdeu a noção do perigo?
- Ahn?
- Esquece. E eu não sei quando deixei de ser criança, tá bom?
- Tá. Mas eu posso saber quando eu vou deixar de ser criança?
- Não.
- Por quê?
- Porque não tem como saber.
- Nem se eu escolher a data?
- Não! Claro que não!
- Que saco! Você sempre grita comigo. E ainda saio sem entender nada.
- É porque isso é conversa de gente grande.
- Então eu deixei de ser criança?
- Quantas vezes vou ter que repetir: Não!
- Então por que você tá falando comigo?
- Porque você tá perguntando.
- Mas você não tá respondendo.
- Humpf! Então por que continua perguntando?
- Hum... Não sei. Mas você já é gente grande, não é?
- Talvez, acho que sim.
- Então não quero crescer mais não.
- Por quê?
- Porque não quero ficar burro.
- Ei! Burro é você, garoto!
- Eu não! É você que não sabe responder nada!
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Inspiração "de poucas palavras".
Inspiração dessas palavras. De novo, vou roubar a sua idéia, não se incomode demais.
ResponderExcluirAchei bem divertido! Parece uma situação tão real e familiar...
ResponderExcluirVocê conseguiu expressar bem o invejado pensar espontâneo e sem censuras das crinças (capaz de criar situações engraçadas e/ou embaraçosas para os ditos "crescidos"), além daquela lógica bem peculiar do pensamento infantil.
o "inspiração em De poucas palavras", foi motivo de honra por aqui. Mas é que na verdade... fico me perguntando como pode algo tão bonito ter sido meramente "inspirado".
ResponderExcluirNão, Paula. Seu texto é que inspira.
Me inspira sempre.
Este de agora, pela ternura.
E os outros, todos, e os recentes...
por todos os motivos do mundo.
Me senti lendo "Mafalda". Adorei o diálogo.
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